Autoestima feminina: a escolha de não se esgotar por validação

Autoestima feminina: a escolha de não se esgotar por validação

Autoestima feminina começa quando a mulher reconhece o próprio valor sem depender dos olhares de fora para se sentir inteira. Antes de tudo, não é preciso caber em moldes. Conquistar a aprovação de todos ou acumular títulos para ser levada a sério. Em outras palavras, a verdadeira transformação acontece quando ela entende que não precisa mais se provar.

Primeiramente, muitas mulheres se tornam as mais estudiosas do grupo, desenvolvem argumentos sólidos e falam com firmeza. Elas acumulam certificações, fazem cursos desnecessários, decoram frases de efeito. Contudo, ainda assim, sentem um vazio sutil: uma sensação persistente de insuficiência. Isso acontece porque, no fundo, a validação que buscam não vem de conquistas, mas de uma aceitação interna que ainda não construíram.

Autoestima feminina: a escolha de não se esgotar por validação

Por que a busca constante por aprovação nos esgota?

A princípio, muitas mulheres aprendem que precisam “merecer” os espaços que ocupam. Por isso, se esforçam o tempo todo para serem vistas, ouvidas e respeitadas. Assim como se adaptam para agradar diferentes grupos, acabam seguindo expectativas que não são suas.

Essa dinâmica causa distanciamento da própria essência. Ou seja, elas confundem o próprio valor com a forma como são tratadas. Como resultado, mesmo quando recebem elogios ou reconhecimento, continuam se sentindo pequenas. Porque não é o mundo lá fora que precisa aprová-las — elas é que precisam se enxergar com clareza.

O que a neuropsicologia nos diz sobre pertencimento e autoestima?

Pesquisas em neuropsicologia revelam que o sentimento de pertencimento ativa o sistema de recompensa do cérebro. Em outras palavras, o reconhecimento social libera dopamina, provocando prazer imediato. Entretanto, quando essa busca se torna constante, o cérebro passa a funcionar em um ciclo de dependência: quanto mais se busca aprovação, mais vulnerável fica a autoestima.

Além disso, vivências de rejeição durante a infância e adolescência deixam marcas no sistema límbico, a área do cérebro responsável pelas emoções. Devido a isso, mesmo eventos atuais podem reativar dores antigas e fazer a mulher sentir que precisa sempre fazer mais para ser aceita.

Como romper com o ciclo da autoanulação?

Romper com esse padrão começa ao reconhecer que a dor não está no “lugar errado”. O sofrimento aparece quando se acredita que a escolha não está nas próprias mãos. Dessa forma, a mulher se esquece de que é ela quem define quem escuta sua voz, compartilha sua história e permanece ao seu lado.

Esse movimento de autorresgate começa com perguntas sinceras: “Quero estar aqui?” ou “Essa relação respeita minha verdade?”. Essas reflexões revelam onde ainda se esconde a necessidade de agradar. Ao se priorizar, a mulher transforma o espaço ao seu redor — não porque mudou para ser aceita, mas porque se aceitou primeiro.

Como a Terapia Cognitivo-Comportamental pode ajudar?

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) ajuda a identificar pensamentos automáticos que alimentam a sensação de inadequação. Isso permite que a mulher compreenda que crenças como “preciso ser perfeita para merecer amor” não refletem a realidade, apenas uma programação emocional antiga.

Além disso, ao reestruturar essas crenças, a TCC fortalece a autoconfiança. A mulher aprende a sustentar sua presença mesmo diante da rejeição. Ou seja, ela entende que sua essência continua intacta, ainda que o outro não a reconheça.

A combinação de abordagens terapêuticas potencializa a cura?

Sim. Quando combinada com técnicas como EMDR e Brainspotting, a TCC se torna ainda mais eficaz. Essas abordagens acessam memórias emocionais profundas, muitas vezes inacessíveis apenas pela fala.

Por exemplo, o Brainspotting atua em áreas do cérebro responsáveis pelo armazenamento de experiências traumáticas. Isso libera bloqueios que mantêm padrões de autossabotagem. Da mesma forma, o EMDR reorganiza essas memórias, permitindo respostas emocionais mais seguras e equilibradas.

Qual a maior lição que a vida pode ensinar sobre autoestima?

Autoestima feminina se consolida quando a mulher para de se medir pelos olhos do outro. Acima de tudo, é libertador compreender que ninguém valida sua existência por completo — e nem deveria. A maior validação sempre foi e continuará sendo interna.

Por fim, autoestima feminina não exige esforço para caber, mas consciência para escolher. É sobre saber onde se quer estar e quem merece permanecer por perto. É sobre levantar a cabeça e reconhecer: “não preciso mais me provar”. Porque, agora, ela se vê.

Sou Betila Lima – Psicóloga

Formada em Psicologia desde 2007, com formação em Neuropsicologia, Terapia Cognitiva Comportamental, Terapia de EMDR e Brainspotting.

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