Mulher - a força silenciosa de quem permanece

Mulher – a força silenciosa de quem permanece

Mulher é palavra que carrega em si muitas outras. A princípio, evoca cuidado, intensidade, entrega — mas também cansaço, silêncio, reconstrução. Principalmente quando essa mulher já atravessou quase seis décadas de vida e começa a perceber que os papéis que um dia a definiram já não a sustentam como antes.

Aos 58 anos, ela não é mais mãe no sentido literal — os filhos já saíram do ninho. Também não é mais esposa — o quarto agora tem o silêncio de uma cama só. E, por vezes, sente que nem o trabalho mais a reconhece, como se sua presença não fosse mais tão necessária quanto antes.

Ainda assim, ela permanece.

Mulher - a força silenciosa de quem permanece

Quando a mulher não se reconhece mais nos papéis antigos

Em outras palavras, essa mulher está num momento da vida em que tudo parece ter mudado ao redor, e ela se pergunta se mudou também por dentro. Ela acorda, faz café, cuida de uma planta na janela que insiste em florescer — uma metáfora viva de sua própria insistência em continuar.

Mesmo tendo recomeçado incontáveis vezes, ela ainda se cobra. “Era para eu estar melhor”, pensa. Como se os anos de terapia devessem garantir ausência total de dor. Como se cuidar de si mesma devesse impedir que a tristeza a visitasse de tempos em tempos.

Contudo, o que ela talvez não perceba — ou esqueça — é que continuar, diante de tudo isso, já é uma forma de coragem. Ou melhor: de vitória.

O que a neuropsicologia nos diz sobre fases de transição na mulher?

Segundo estudos recentes em neuropsicologia, fases de transição como a menopausa e o envelhecimento podem gerar impactos profundos na autoestima e no senso de identidade feminina. O cérebro passa por mudanças hormonais e cognitivas que afetam o humor, a memória e até o modo como a mulher se vê e se sente.

Devido a isso, é comum que surjam sentimentos de vazio, perda ou inadequação. Porém, esses sentimentos não são sinais de fracasso — são indicações de um sistema interno reorganizando-se para uma nova etapa da vida.

Em outras palavras, não é um fim. É o início de algo novo, ainda que desconhecido.

Mulher em reconstrução: quando a dor vira caminho

Ela não está em ruínas, como o mundo às vezes a faz acreditar. Ela está em reconstrução. E reconstruir-se exige mais coragem do que manter-se inteira o tempo todo.

Dessa forma, é natural que venha o medo. Medo de não ser mais a mesma. Medo de não saber quem está se tornando. Afinal, quando tudo muda, até a voz muda de tom.

Mas ali, num cantinho da alma, existe uma faísca. Pequena, tímida, mas real. Uma esperança que sussurra: “E se ainda houver tempo para mim?”

Essa pergunta, que parece tão simples, carrega uma força transformadora. Porque ela revela desejo. Desejo de voltar a sorrir sem esforço. De viver leve. De amar — e, se não for possível amar o outro, que se ame por dentro.

Como a TCC combinada com EMDR e Brainspotting pode apoiar essa mulher?

Quando uma mulher está em processo de reconstrução, terapias como a Cognitivo-Comportamental combinadas com EMDR e Brainspotting podem ser aliadas poderosas. De forma sutil, essas abordagens ajudam a desfazer padrões de autocrítica, a ressignificar vivências e a acessar partes profundas que guardam dor — mas também potência.

Enquanto a TCC convida à reestruturação de pensamentos limitantes, o EMDR e o Brainspotting permitem que o corpo libere memórias emocionais que ainda paralisam. Com isso, a mulher reencontra sua voz, sua direção e, principalmente, sua própria companhia.

E se esse vazio for mesmo espaço?

Ela já não quer voltar a ser o que era. Ela quer, agora, tornar-se o que sempre esteve à beira de ser. E isso muda tudo.

Ou seja: ela não quer grandes respostas. Quer leveza. Um chão onde possa dançar sozinha, com alegria que nasce do simples existir. Riso que não peça esforço. Quer um amor que não pese — e, se não houver fora, que haja por dentro.

Por fim, talvez a maior força da mulher seja essa: permanecer. Mesmo quando tudo parece ter ido embora, ela continua ali, presente. Com uma planta na janela. Uma xícara de café, a vontade sutil — e profunda — de ainda florescer.

Sou Betila Lima – Psicóloga

Formada em Psicologia desde 2007, com formação em Neuropsicologia, Terapia Cognitiva Comportamental, Terapia de EMDR e Brainspotting.

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